segunda-feira, 16 de julho de 2012

[Resenha] Orgulho e Preconceito - Jane Austen

Sinopse: Orgulho e Preconceito (1813) é a envolvente história de Fitzwilliam Darcy e Elizabeth Bennet, os quais, à primeira vista (aliás, First Impressions, "Primeiras impressões", foi o título originalmente dado por Jane Austen a esta obra), não têm uma boa opinião um do outro, mas, no desenvolvimento do enredo, acabam descobrindo que estavam totalmente enganados
Orgulho e Preconceito é a obra mais aclamada desta autora, não só no Reino Unido como em todo mundo, e tem sido frequentemente adaptada para o cinema, televisão e teatro, com grande sucesso de público e crítica.


Resenha: 
Jane Austen é, indiscutivelmente, uma das escritoras clássicas mais geniais da literatura mundial. Orgulho e Preconceito  faz  jus a todos os elogios dispensados à autora. Narrado em 3ª pessoa,  o romance  revela um olhar crítico sobre a sociedade inglesa do século XVIII: uma sociedade hipócrita. 
A história gira em torno de Elizabeth Bennet, uma jovem de família tradicional, que possui uma mãe bastante fútil e preocupada (lê-se desesperada) somente em arrumar um bom casamento para as cinco filhas. Elizabeth ou simplesmente Lizzy é uma típica heroína: inteligente, divertida e corajosa, fala o que pensa e molda seus conceitos independente dos padrões convencionais.
E é em uma ironia do destino que a jovem conhece Darcy, um homem bonito e rico, porém, arrogante e prepotente. Ao se conhecerem, o sentimento de desprezo é de ambas as partes. Lizzy simplesmente não o suporta, assim como Darcy não sente nenhum tipo de atração por ela. Um romance fadado ao fracasso. Além das sutis ironias e jogos de intrigas lançados durante o enredo, é incrível ver como as primeiras impressões que um tem do outro vão se desconstruindo, e despretensiosamente, dando lugar a um sentimento de admiração mútua.
Apesar de ser um clássico, o livro não é cansativo, mas a história corre bem lentamente. Talvez porque a Jane seja um tanto sentimental, então, a trama se desamarra de dentro para fora. Por isso, não espere um romance de tirar o fôlego, com passagens que te deixam com o coração a mil. Esse é uma dos maiores pontos negativos que ouço falar, mas vejo como a grande tirada do livro, pois ele tenta mostrar a vida como ela realmente é,  sobretudo as pessoas e seus interesses. 
Já li três vezes e está no topo dos meus livros preferidos. Uma combinação perfeita de humor, crítica e romance.

terça-feira, 10 de abril de 2012

Nicholas Sparks: talento ou clichê?


Nicholas Sparks é um escritor de romances norte-americano. Você provavelmente já ouviu falar dele. Se não, ao menos ouviu sobre alguma de suas obras, levando em consideração que muitas tiveram adaptação para o cinema e conquistaram um grande sucesso. O autor teve 17 obras publicadas, sendo 7 adaptadas para o cinema. "Um Amor para Recordar" (A Walk to Remember, em inglês) - que você provavelmente acabou de lembrar que conhece - é a mais aclamada, ainda que não seja a única. Nicholas conquistou seus leitores através de lindas histórias de amor com finais desconcertantes. Amores impossíveis, amores de verão, amores que vencem o tempo, a distância e superam barreiras que vão além da vida.  Talvez seja um pouco fácil gostar de histórias assim, mas o talento do escritor e sobretudo a sua sensibilidade para criar histórias tão intensas, fazem dele um autor brilhante! Hoje em dia, se você não falar de política, futebol e economia, você é emo. Falar, escrever e ler sobre amor não faz mal para ninguém. Por isso, como fã assumida do Nicholas que sou, resolvi escrever um pouquinho sobre os livros do autor que eu mais gostei. E claro, sem spoilers. (rsrs)

Diário de uma Paixão (The Notebook, em inglês) - publicado em 1996 e primeiro romance do autor. Declaro desde já que esse é o meu livro preferido do Nicholas. O enredo é baseado na história dos sogros do autor. É  uma linda história de um amor de verão que acaba  se tornando uma vida inteira. Noah e Allie se apaixonam ainda na adolescência, porém, são separados cruelmente pelos pais de Allie que não aceitam o romance. Depois de muitos anos separados e sem contato nenhum, os dois se reencontram e descobrem que o amor, quando verdadeiro, sempre merece mais um chance para recomeçar. Uma história incrivelmente linda, encantadora, que faz qualquer um desejar viver um amor como o de Noah e Allie. O livro foi adaptado para o cinema em 2004 e também é um dos meus filmes preferidos, foi completamente fiel ao livro e tão bom quanto.




Querido John (Dear John, em inglês)  - Publicado em 2007, e adaptado para o cinema em 2010, o livro é mais um best-seller do autor.  "Querido John" é um romance envolvente, capaz de deixar qualquer leitor preso ao livro horas e horas. O livro é narrado por John Tyree, que conta a sua própria história. Após uma adolescência rebelde e sem qualquer perspectiva de vida, John decide se alistar no exército. Durante sua licença, o soldado americano se apaixona por Savannah, uma estudante conservadora e cheia de ideais. John vê em Savannah a garota dos seus sonhos e, sobretudo, a chance de recomeçar e ser  alguém melhor. O sentimento mútuo cresce desenfreadamente, fazendo Savannah se dispor a esperar John terminar seus deveres militares para que possam ficar juntos de vez. Porém, ninguém esperava que os atentados de 11 de setembro pudessem colocar tudo a perder e mudar duas vidas traçadas. John se vê obrigado a escolher entre seu país e seu amor por Savannah.  A adaptação para o cinema é boa, mas acho que poderia ter sido melhor, fora que tem algumas coisas diferentes, como a cor do cabelo da Savannah (rsrsrs) e até mesmo o final da história. 




A Última Música (The Last Song, em inglês) - Esse livro já é beeeem famosinho. Mais ainda por ter sido estrelado nos cinemas pela estrela pop Miley Cyrus. E, não, isso não me deixou feliz. Achei que a história merecia um elenco mais maduro e aclamado! Mas enfim, estou aqui para falar do livro. Ah, esse livro... posso dizer que é o meu 2º preferido do Nicholas. Estava no começo do livro quando deitei para ler um pouco antes de dormir e só fechei quando terminei, de manhã, no dia seguinte. Simplesmente não conseguia parar de ler! E terminei em pratos, chorando de soluçar. (rsrs) "A Última Música" conta a história de Verônica Miller, ou simplesmente Ronnie, que fica completamente sem chão após a separação dos pais e principalmente quando seu pai decide ir morar na praia, na Carolina do Norte. Ronnie se torna uma jovem rebelde, que, no fundo, tem um coração maravilhoso e sabe muito bem o que é certo e errado, mas acaba optando pela rebeldia por birra.  Após três anos, Ronnie, ainda magoada e afastada dos pais, vai passar as férias na praia, com o seu pai. A garota, a princípio, rejeita qualquer tipo de aproximação paterna e ameaçando voltar pra Nova York antes do verão acabar. Tudo muda quando a jovem conhece Will, o garoto mais popular da cidade. E mesmo que algumas pessoas tentem impedir isso, Ronnie e Will se apaixonam e aos poucos a garota começa a abrir-se para a vida. Porém, antes, Ronnie era uma pessoa mimada, que só queria chamar atenção, sentia-se no direito de fazer o que bem entendesse e tinha uma visão egoísta à respeito de tudo. É quando a vida se apresenta a Ronnie da  forma mais dolorosa possível, fazendo a garota notar e valorizar as pessoas ao seu redor, principalmente o seu pai. Mas será que não poderia ser tarde demais?




O Melhor de Mim (The Best Of Me, em inglês)  Publicado em 2011 e mais recente obra do autor, esse livro me lembra um pouco "Diário de uma Paixão", principalmente o começo. Mas a história em si é completamente diferente. Devo ter associado os dois livros porque "O Melhor de Mim" também se trata de uma paixão proibida. Dawson e Amanda se apaixonam ainda na adolescência. Dawson vem de uma família de criminosos e Amanda de uma tradicional família da pequena cidade de Oriental. Separados ainda quando jovens, os dois vivem vidas opostas, porém, quase vinte ano depois, o destino os oferece mais um chance de ficarem juntos. Será que vai valer à pena? Agora Amanda é casada, mãe de três filhos e apesar disso, nunca esqueceu Dawson. Acho que, com esse livro, eu aprendi que às vezes não é uma questão de querer e fazer, é tudo uma soma de circunstâncias, pessoas e sentimentos. As pessoas não podem viver um amor porque simplesmente querem viver, os pés precisam estar no chão e é necessário entender que o destino pode ser cruel agora e muito generoso no futuro, mesmo que para isso algumas pessoas tenham que sofrer. Mas podem ter certeza, outras vão sorrir. O livro AINDA não ganhou adaptação para o cinema, mas em breve chegará às telonas pela Warner Bros.




sexta-feira, 30 de março de 2012

[Resenha] Fallen - Lauren Kate

Nome: Fallen 
Autora: Lauren Kate
Editora: Galera Record
Nº de páginas: 406
Sinopse: Algo parece estranhamente familiar em relação a Daniel Grigori. Solitário e enigmático, ele chama a atenção de Luce logo no seu primeiro dia de aula no reformatório. A mudança de escola foi difícil para a jovem, mas encontrar Daniel parece aliviar o peso das sombras que atormentam seu passado: um incêndio misterioso – que provocou a morte de seu namorado – levou Luce até ali. Irremediavelmente atraída por Daniel, ela quer descobrir qual é o segredo que ele precisa tanto esconder- uma verdade que poderia matá-la. Algo que, em suas vidas passadas, Daniel não conseguiu evitar. "Sexy, sublime e assustador..." 

Sou suspeita para resenhar sobre o livro, já que, além de brilhante, o tenho autografado pela própria autora. Ano passado tive a oportunidade de conhecê-la na XV Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro. A Lauren é uma fofa, simpática e muito atenciosa com os fãs durante a palestra e sessão de autógrafos. Mas prometo tentar ser justa (rsrsrs).

"Fallen" é o primeiro livro da série e, para ser sincera, este não é o tipo de livro que costuma agradar a todos.  Histórias de amor são comuns, mas não como essa. Costumo dizer que é diferente de tudo o que já li. Luce é uma adolescente nem tão comum assim, por isso, é obrigada a estudar em um internato para adolescentes problemáticos. Desde pequena, Luce é atormentada por sombras que a perseguem e após a sua participação em um misterioso incêndio que matou o seu namorado, a jovem tem que passar o seu último ano de colégio na  Sword & Cross, um reformatório sombrio, com pessoas estranhas, de personalidades duvidosas. De cara, no seu primeiro dia de aula, Luce sente uma grande atração por Daniel Grigori, o qual sempre que por perto, despertava em Luce uma sensação de que já o conhecia de algum lugar, porém o rapaz faz questão de demonstrar antipatia em relação a menina, tentando afastá-la o máximo possível. Foi a situação perfeita para o irresistível Cam se aproximar de Luce que, apesar de um pouco hesitante no começo, acabou cedendo a suas investidas e ficando meio dividida entre os dois, mas nunca se desligando completamente de Daniel ou deixando de sentir que o seu mundo pertencia a ele. 

Devo confessar: a princípio a narrativa do livro foi um pouco prolixa. A história em si era empolgante, porém a narrativa se tornou um tanto repetitiva, mas penso que essa foi uma forma de não entregar os principais pontos da história logo no começo. Por um lado gostei disso, porque acabei ficando curiosa para descobrir do que se tratavam as sombras, o motivo para Daniel manter Luce afastada e outros enigmas lançados durante o enredo. 

Sem dúvidas, o que mais me prendeu ao livro, no começo, foi o Cam. Ele é apaixonante, apesar de não ser o tipo de cara completamente confiável e certinho. Cam é o típico carinha "bom demais para ser verdade", e logo de início ele levanta um ar duvidoso no leitor, mas desde já, deixo uma dica: é difícil não se apaixonar por ele. Além de Cam, o livro é composto de personagens bastante interessantes que me fizeram ficar o tempo todo atenta para saber até onde iria o envolvimento de cada um com o grande segredo do livro. Parece que você fica tentando pescar em cada diálogo, em casa descrição uma dica do que se trata. Isso tornou o livro indiscutivelmente instigante. Por isso, tentei ser muito minuciosa para não entregar nada de importante da história aqui nesta resenha, pois o final vale muito à pena!

O livro terá adaptação no cinema pelos estúdios da Disney. Segundo a própria autora, Ed Westwick de Gossip Girl é cotadíssimo para o elenco. Que chato isso, né, meninas?! (rsrsrs) Devo confessar que fico um pouco desconfortável com adaptações de livros para filmes, porque a decepção é grande quando não há muita fidelidade à história como ela realmente é, mas vamos torcer para que saia algo realmente bom e digno do livro.

quinta-feira, 29 de março de 2012

Resenha: "Lonely Hearts Club" - Porque ninguém precisa de um namorado para ser feliz - Elizabeth Eulberg

Título: Lonely Hearts Club 
Autora: Elizabeth Eulberg
Editora: Intrínseca
Nº de páginas: 233
Sinopse: Penny Lane Bloom cansou de tentar, cansou de ser magoada e decidiu: homens são o inimigo. Exceto, claro, os únicos quatro caras que nunca decepcionam uma garota — John, Paul, George e Ringo. E foi justamente nos Beatles que ela encontrou uma resposta à altura de sua indignação: Penny é fundadora e única afiliada do Lonely Hearts Club — o lugar certo para uma mulher que não precisa de namorados idiotas para ser feliz. Lá, ela sempre estará em primeiro lugar, e eles não são nem um pouco bem-vindos. O clube, é claro, vira o centro das atenções na escola McKinley. Penny, ao que tudo indica, não é a única aluna farta de ver as amigas mudarem completamente (quase sempre, para pior) só para agradar aos namorados, e de constatar que eles, na verdade, não estão nem aí. Agora, todas querem fazer parte do Lonely Hearts Club, e Penny é idolatrada por dezenas de meninas que não querem enxergar um namorado nem a quilômetros de distância. Jamais. Seja quem for. Mas será, realmente, que nenhum carinha vale a pena? “Leitura imperdível para qualquer pessoa que já esteve apaixonada... ou que jurou nunca mais fazer isso de novo.”

Três coisas deste livro me chamaram a atenção: o nome, a capa  e a sinopse. E eu nem preciso dizer que isso tem algo a ver com os Beatles. A foto é inspirada na famosa capa do 12º álbum da banda, o "Abbey Road". Então, caro leitor, se você é fã dos Beatles, com certeza se tornará fã deste livro. Para ser sincera, gostar da banda não chega a ser uma condição para gostar da história. O fato é que o livro é cheio de referências aos Beatles: o nome da personagem principal é Penny Lane, em homenagem a uma famosa canção da banda; entre as páginas têm vários trechos de músicas; Penny possui dois pais Beatlemaníacos e duas irmãs que também levam  o nome de canções. Além desses citados, em muitos outros pontos da história, aparecem diversas referências à banda e seus integrantes. Esse não é o tipo de livro que deixa qualquer pessoa embasbacada, esse não é um livro "cult", não tem suspense, mistérios ou qualquer uma dessas peculiaridades. Pelo contrário, a história é um pouco "mamão-com-açucar" e destaca-se por uma leitura leve, divertida e gostosa. É tipo de livro que você vai lendo, vai lendo, lendo e, sem perceber, se prendendo aos detalhes que o tornam viciante.
Qual a garota que nunca sofreu uma decepção amorosa e jurou não se apaixonar por um bom tempo? Qual a garota que nunca viu uma amiga mudar ou se afastar por causa de um namorado? Acho difícil que alguém, ao ler essas perguntas, diga: "eu nunca passei por isso". Com Penny Lane Bloom foi exatamente assim: ela teve uma grande decepção amorosa, ao descobrir que o garoto por quem era apaixonada não era bem o que pensou que fosse. Diante dessa situação, Penny decide fundar o "Lonely Hearts Club" (Clube dos Corações Solitários - em homenagem ao álbum "Sgt Pepper's Lonely Hearts Club Band", dos Beatles). Em pouco tempo o Clube torna-se um grande sucesso, conquistando várias filiadas e sendo alvo de muita polêmica. Querem saber a principal regra? Namoros estão proibidos. Porém, no decorrer da história, as integrantes se deparam com situações que contrariam a implicação da regra, como uma possível paixão correspondida.
O livro retrata o universo adolescente, o conflito entre amizade e namoro, as decepções e a importância da amizade. Durante o enredo percebe-se o amadurecimento de várias personagens, que acabam descobrindo que para ser divertir, homens são dispensáveis e, sobretudo, a importância da união entre as amigas, em qualquer momento. A história é repleta de momentos divertidos: karaokê, reunião de amigas regadas à filmes e pizza e festinhas típicas do High School. Além do toque charmoso proporcionado pelas diversas referências aos Beatles, o que fez eu me apaixonar pelo livro, sem dúvidas, foi a identificação em várias situações. Li em dois dias e com certeza recomendo para quem estiver afim de uma leitura descontraída, que fuja do sobrenatural, fictício e misterioso.

quarta-feira, 28 de março de 2012

"A menina que roubava livros"

Pensei consideravelmente sobre qual livro merecia a estreia do blog. Então, decidi começar pelo óbvio: um livro que me marcou.

"Quando a Morte conta uma história, você deve parar para ler". Uma frase arrepiante e ao mesmo tempo intrigante. Nunca pensei que a morte pudesse ser tão leve, mas em 478 páginas, Markus Zusak a fez leve, serena e agradável. Confesso que o livro é um pouco cansativo, porém a linguagem é fácil e acessível. Ao narrar genuinamente a história abordando a natureza humana de um ponto de vista até então nunca revelado, a Morte faz desse livro algo sensível e encantador. A Morte encontrara Liesel Meminger em três ocasiões: na morte de seu irmão mais novo, um pouco antes de ser adotada; na morte de um piloto aéreo; e na morte de seus pais adotivos, quando a rua em que morava havia sido bombardeada.

Toda história se desenrola na Alemanha Nazista. Após o episódio da morte do irmão, Liesel é adotada e vai morar na rua Himmel, em uma cidade próxima a Munique. Lá descobriu que tinha uma mãe adotiva mal educada, rude e rabugenta, que me assustou um pouco no começo, porém depois me fez perceber que não era uma má pessoa. Inclusive, a própria Liesel, com o passar do tempo, percebeu que a mãe adotiva a amava, apesar do seu jeito embrutecido. Em compensação, Liesel tinha um pai adotivo que não economizava carinho e atenção com a menina. Hans ensinava a filha a ler e escrever, contava histórias e tocava seu arcodeão durante as madrugadas em que Liesel tinha pesadelos com o irmão morto. Em sua nova vida, a pequena garota de nove anos conhece Rudy, que se torna o seu melhor amigo e possível amor, ainda que não assuma isso (rsrs). Outro personagem fundamental é Max, um judeu escondido no porão da família, o qual Liesel cria uma amizade muito forte e um afeto estimável! Porém, tudo se complica quando os nazistas descobrem que o judeu está escondido lá. Na minha opinião, Max, junto a Liesel, protagoniza a cena mais marcante do livro. 

Ao chegar à rua Himmel, Liesel já trazia na mala o seu primeiro livro roubado: "O Manual do Coveiro". Em uma Alemanha assombrada pela Guerra e pelo Holocausto, a pequena roubadora de livros encontrou nesse ato  uma ocupação e, sobretudo, um sentido para sua vida. Para Liesel, as palavras eram muito além do que estava no papel, elas eram a sua vida, eram o que a faziam se sentir viva. A sede de conhecimento trouxe a menina uma paixão, um propósito, um refúgio. E é através dessa paixão que o livro expressa uma sensibilidade inigualável, capaz de amolecer o coração de qualquer um. Fui do zero à oitenta durante a leitura. Ri, fiquei triste, me emocionei pelos dois motivos, fiquei magoada, ansiosa, mexida, uma mistura de sensações que só quem já leu pode entender. Achei incrível a construção da história através do poder que as palavras têm de, quando tudo parecer perdido, trazer felicidade e encantamento às pessoas.

UMA ÚLTIMA NOTA DE SUA NARRADORA:
Os seres humanos me assombram.

Livro: A menina que roubava livros
Autor: Markus Zusak
Editora: Intrínseca